Editorial Dr Tieo Takahashi
Ao iniciarmos este Editorial, veio-nos a mente a razão da formação do Grupo de estudo Angle de Ortodontia. Foi à necessidade de cada um de conversar com colegas da mesma área, expor os seus casos, receber opiniões sobre o seu diagnóstico, planejamento e execução do tratamento de cada caso clínico. Também compartilhar com sua opinião sobre os casos clínicos apresentados por outros colegas. O resultado foi simplesmente fantástico para todos.
O convite a profissionais e professores de outros centros alicerçou mais os nossos conhecimentos e propiciou-nos a ideia de convidar outros colegas para nossas reuniões e abrir o grupo para novos companheiros, foi uma consequência e hoje vemos a entidade cada vez mais forte e com conhecimento racional.
Em 1969, na Fundação Tweed enquanto examinávamos casos atípicos tratados, notamos certo sentimento de tristeza do Dr. Tweed ao comentar que o triângulo era as vezes contestado por profissionais que achavam que os números eram imutáveis e tinham que ser atingidos sistematicamente em todos os casos mas, se esqueciam de que as condições morfológicas e genéticas do paciente deviam ser respeitadas, e os números eram orientações para o profissional.
Do mesmo modo ouvimos ainda hoje profissionais dizerem que não extraem dentes para não prejudicar o perfil, quando na verdade a retração e/ou vestibuloversão exagerada dos incisivos, rotação horária da mandíbula no tratamento, prejudicando o perfil do paciente, independem da técnica preconizada e sim da não utilização de um bom diagnóstico, planejamento e execução correta da mecânica utilizada.
Até parece ironia, pois o avanço tecnológico de materiais ortodônticos, novas técnicas anunciando vantagens das mesmas, tudo nos indicando maiores facilidades para o profissional efetuar a correção ortodôntica e com maior conforto para o paciente. Por que cada vez mais vemos pacientes que muitas vezes passaram toda a sua juventude com aparelho ortodôntico e terem que sofrer novo tratamento? Será desleixo do profissional, pensando somente em amealhar pacientes sem se preocupar com o término dos casos? Será deficiência dos cursos de formação especializada? Será desinteresse do aluno e do profissional em estudar? Temos que pensar e procurar soluções.
Acreditamos que apesar de tudo, tivemos, temos e teremos sempre professores e profissionais preocupados no exercício de uma boa ortodontia e sempre cientes da necessidade de se atualizar e ter abertura para receber novas tecnologias concretas em benefício dos pacientes.
Tieo Takahashi.
Associado Fundador